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EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA CAPOEIRA
Angelo Augusto Decanio Filho
1. DECLARAÇÃO DE PRINCÍPIO
Não pretendo criar polêmica
nem criticar alguém,
apenas prestar depoimento do que vi, vivi, aprendi e ajudei a construir!
A capoeira como toda manifestação cultural não pertence a ninguém
nasce do povo, cresce com o povo, pertence ao povo!
Os mestres são apenas pólos em torno dos quais se desenrola o processo da evolução.
Como toda manifestação cultural, a capoeira é um processo,
se desenvolve em determinado momento histórico,
num espaço geográfico específico
se manifesta no espaço-campo geógrafo-histórico-cultural!
É tradição que ajusta ao aqui-e-agora onde se processa em determinado instante!
Herança dos povos africanos que o Brasil lapidou!
Jóia que os brasileiros ofertaram ao Mundo!
Expressão legítima da pujança cultural dos áfrico-brasilianos!
2. INTRODUÇÃO
CONCEITOS BÁSICOS
FUNDAMENTOS DA CAPOEIRA
Os fundamentos da capoeira ou, como usam, incorretamente, alguns descuidados da nossa
língua, suas "fundamentações", vêm sendo discutidos com certa freqüência a partir do uso
infeliz desta palavra pelo Mestre Noronha, que se disse conhecedor único dos seus mesmos,
sem os enunciar nos seus obscuros "escritos"...
Em trabalho algum encontrei, nem ouvi, conceito, nem definição, do emprego deste vocábulo
pelos autores, o que vem aumentando a confusão entre os mestres e capoeiristas dum modo
geral. É que nos meios populares baianos, especialmente nos terreiros de candomblé e nas
rodas boêmias, o termo adquire uma conotação bem diversa daquela encontrada nos clássicos
e dicionários de nossa língua. Uma vez que nestes grupamentos sociais, esta palavra é usado
em referência à parte mais secreta e profunda do culto ou prática, somente acessível as
camadas mais elevadas da comunidade, adquirindo então um atributo de secreto, sagrado,
inacessível aos não-iniciados, ensinamento esotérico, hermético, misterioso, mágico
"Hoje vejo reduzido, os capoeirista, perdeiram suas
forças de vonta