ESTUDO DA LINGUAGEM DE CRIANÇAS ABRIGADAS
Juliana das Neves Nobrega (Universidade Federal de Pernambuco)
Carla Alexandra da Silva Moita Minervino (Universidade Estadual da Paraiba)
Resumo:
A linguagem oral aparece como principal forma do ser humano estabelecer relações no
mundo; e desenvolvida, entre outros fatores, através da relação com meio ambiente e os
estímulos fornecidos, as influencias são determinantes na evolução linguistica. Neste sentido,
este estudo justifica-se pela importância em atentar para a forma como crianças abrigadas são
estimuladas e quais níveis de desenvolvimento em que se encontram, tendo em vista que não
vivem em ambientes considerados acolhedores e favorecedores de desenvolvimento, pois
vivem privadas do contato familiar e contato social mais amplo. O objetivo foi analisar o nível
de desenvolvimento da linguagem em crianças abrigadas. Participaram 32 crianças, das quais
16 eram abrigadas e 16 de creches, idade media = 21,5 meses. Foram utilizados dois
instrumentos: a escala de características para aquisição da linguagem e o Inventario Portage
Operacionalizado. A analise com o Teste U de Mann-Whitney apontou para falta de estímulos
e pouca habilidade linguistica nos bebes abrigados em comparação com os bebes que vivem
em creche, já as crianças maiores não apresentaram diferenças significativas; as observações
revelaram ainda que os cuidadores do abrigo assumem o papel de educadores,entretanto não
proporcionam o contato e a estimulação necessária ao desenvolvimento. Conclui-se que as
crianças abrigadas necessitam de estimulação e participação ativa dos adultos em seu
desenvolvimento linguistico fazendo-se necessario a capacitacao e aprimoramento das
técnicas utilizadas pelos cuidadores do abrigo e a definição de seus papéis enquanto
cuidadores-educadores.