O professor é dividido em dois…
[No dia 12/10/2007 publiquei aqui este artigo em Inglês no blog em Inglês.
Agora ofereço a sua tradução]
A escola convencional exige demais -- e, paradoxalmente, de outro ângulo,
muito pouco -- de seus professores.
Pode-se presumir que o ofício de professor (qualquer que fosse o nome dado
aos seus ocupantes então) surgiu porque havia necessidade de alguém que
ajudasse as crianças a aprender e, assim, a se desenvolver. Ponto final.
Por milhares e milhares de anos, as crianças aprendiam tudo o que precisavam
aprender em casa ou dentro dos limites do círculo familiar. O professor,
portanto, era a família: a mãe, o pai, a avó, a avô, a tia, o tio, os irmãos mais
velhos, os primos mais experientes... No contexto relativamente simplificado
em que isso se dava, os membros da família tinham, em seu conjunto, tudo o
que se exigia para ajudar os mais jovens a aprender e a se desenvolver. Em
seu conjunto, eles dominavam o conteúdo de tudo o que precisava ou devia ser
aprendido:
· Em primeiro lugar, coisas práticas: a linguagem (por muito tempo apenas a
linguagem falada; depois, e mesmo assim nem em todas as famílias, a leitura e
a escrita), os rudimentos da aritmética, e as habilidades práticas exigidas pelo
negócio da família: os negócios externos (em geral caçar, pescar, cultivar a
terra, cuidar dos animais, etc.), em regra reservados para os homens, e o
trabalho doméstico: cuidar da casa, cozinhar, lavar roupas, tecer, costurar,
bordar, tricotar, etc.), em regra reservado para as mulheres;
· Em segundo lugar, ainda coisas práticas, mas agora colocadas num “plano
mais elevado”: a “arte de viver”, ou os princípios e as regras da moralidade, da
vida espiritual e (talvez num plano não tão alto) da estética.
O primeiro componente era mais ou menos pressuposto como algo que nem
merecia discussão, mas o segundo era considerado realmente importante,
visto que envolvia preparar as crianças para viver suas vidas não só nesta vida,
mas também na futura... (como diz,