COMPLEXOS PORTUARIOS INSULARES IBÉRICOS
Alberto Vieira
1. A HISTORIOGRAFIA E O TEMA
Num breve relance sobre a historiografia insular somos
levados a concluir que é nos Açores e Canárias que a
mesma mais se desenvolveu, atingindo uma maior
diversidade de domínios temáticos e âmbitos cronológicos.
Ao invés no caso da Madeira manteve-se uma dominante
incidência em certos temas e época que, por vezes, parece
ser doentia. Só nos últimos anos se tem apostado numa
abertura, todavia os séculos XVII, XVIII, XIX e XX
continuam a ser um domínio quase alheio ao investigador.
Em Cabo Verde é incipiente a produção historiografica,
merecendo a nossa atenção o texto de Christiano José de
Senna Barcelos em seis partes (1899), os estudos do grupo
de trabalho sobre a História de Cabo Verde de que saiu um
volume (1991).
Nas Canárias e nos Açores a existência de institutos e
universidades, que servem de sustentáculo a uma pesquisa
histórica, propiciou um avanço qualitativo do estudo e
conhecimento do passado histórico, definido por uma -
diferenciada aposta em termos temáticos e cronológicos.
Nos Açores a publicação do Arquivo dos Açores (15
volumes) por Ernesto do Canto foi completada na década de
40 do presente século com a criação de institutos
culturais que apostaram forte na História, a que se
juntou recentemente - em 1976 - a Universidade dos
Açores.
Os trabalhos de Maria Olímpia da Rocha Gil privilegiam o
séc. XVII, tendo uma incidência privilegiada na rede de
negócios. Para o século XVIII temos o recente trabalho de
Avelino de Freitas de Menezes. A centúria seguinte teve
melhor cobertura com estudos de J. G. Reis Leite, João
Afonso, Maria Isabel João e Fátima Sequeira Dias. Para o
tema que nos interessa merecem atenção os estudos de
Maria Olímpia de Rocha Gil sobre o movimento do porto de
Ponta Delgada (1620-1699). Depois, o interesse por este
domínio volta de novo com os trabalhos de Fátima Sequeira
Dias, com incidência nos anos 1800 a 1875, complementado
por Maria Is