EDUCAÇÃO, DIREITOS HUMANOS, CIDADANIA E EXCLUSÃO
SOCIAL: Fundamentos preliminares para uma tentativa de
refundação
Por Luis Alberto Warat
1
EDUCAÇÃO, DIREITOS HUMANOS, CIDADANIA E EXCLUSÃO SOCIAL:
Fundamentos preliminares para uma tentativa de refundação
Por Luis Alberto Warat
1.
Tópicos preliminares com metáforas.
1.1.
O paradigma da modernidade nos força a condicionar nossas vidas a
uma ideologia de mundo, que depois de um século XX, carregado de náuseas e
de uma humanidade demasiado manchada de sangue, afirma-se no século que se
inaugura com a presença de uma nostálgica, letárgica, perversa e mortífera
globalização. Em suas celebrações e performances fetichizadas soa como algo
perturbadoramente tétrico, difuso que nos alarma como um repicar de sinos. Será
que realmente a visão de mundo que nasceu desde o iluminismo se transformou
em paradigma pós-moderno, é dizer uma réplica tragicômica de suas esperanças
e utopias, um simulacro de suas próprias expectativas de transformação do
mundo? Uma visão de mundo convertida em ideologia que esconde e disfarça
suas próprias esperanças mostrando-nos o quadro patético de uma humanidade
que naufraga, que se desumaniza, que aprofunda a discriminação, a dominação,
que multiplica os campos de concentração e transforma seus conceitos nobres em
termos que escondem genocídios. Estamos com uma preocupante sensação de
estarmos perdidos em um labirinto de instituições esgotadas, que se suspeita sem
saídas. O sol está negro e não pode nos iluminar. A tábua de salvação que nos
ofereceu Saramago como última possibilidade está apodrecendo. Torna-se
urgente encontrar alguma terra firme. Refundação, reumanização, reinvenção do
mundo e dos vínculos com o outro, portanto. O cadáver precisa ser enterrado,
convertido em memória, em saudades do futuro, em saudades sem futuro.
Não podemos falar com nostalgia do paradigma moderno esperando seu retorno
impossível. Toda