ESCRAVIDÃO
Regime social de sujeição e exploração do homem e de sua força de trabalho -
entendida como propriedade privada . No Brasil, a escravatura nasce com a
colonização, sobrevive a ela e é oficialmente extinta apenas em 1888. A escravidão
atinge primeiro os indígenas e, depois, os africanos. A economia colonial precisa ter
baixo custo interno para garantir rentabilidade e bons preços no mercado externo.
Por isso os colonos procuram baratear sua produção por meio de extrativismo
predatório, agricultura extensiva e trabalho escravo. O trabalho compulsório dos
indígenas é usado em diferentes regiões do Brasil até meados do século XVIII. A
caça ao índio é um negócio local, e o ganho obtido com sua venda permanece nas
mãos dos colonos, sem lucro para Portugal.
Os índios cativos são eficientes na extração do pau-brasil, mas não na atividade
agrícola. Para ela, sobretudo nas plantações e nos engenhos de açúcar , a solução
são os escravos negros. Trazidos da África para o Brasil a partir de 1530, eles são
vendidos em escala crescente por traficantes portugueses, com lucro para ambos os
lados. O preço alto do escravo africano é amortizado pelo tempo de cinco a dez
anos de trabalho forçado e, nos séculos XVII e XVIII, eles são a grande massa
trabalhadora da agricultura, da mineração e das atividades econômicas urbanas.
Sociedade e religião – A inserção da população negra na sociedade se dá pelo
trabalho, favorecendo, dessa maneira, a convivência familiar, social e cultural. A
miscigenação avança, com um número cada vez maior de mulatos. Nasce uma
religiosidade popular em torno das irmandades fundadas pela Igreja Católica, e dos
terreiros de umbanda e candomblé , criados pelos negros . Em 1800, cerca de dois
terços da população do país - 3 milhões de habitantes - são formados por negros e
mulatos, escravos ou libertos.
Apesar dessa interação, os escravos mantêm-se em condição social inferior, e a
escravidão, perpétua e hereditária, permanece regulada pela lei