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Contributos para uma análise cognitiva
da política de avaliação de professores
Estela Costa
ecosta@fpce.ul.pt
Doutoranda em Ciências da Educação, área de especialização
em Administração Educacional (FPCE‑UL)
Resumo:
A definição de novas regras para a avaliação dos professores do ensino não superior
acontece, em Portugal, com a publicação do Decreto‑Lei n.º 15/2007, de 19 de Janeiro. A
avaliação assenta agora em mecanismos competitivos, de prestação de contas, influência
quiçá das instâncias de regulação supranacional na elaboração das políticas nacionais.
Desta “cultura do desempenho” irrompem instrumentos que complexificam a natureza e
o formato do conhecimento recolhido e apelam à recomposição das relações entre o Es‑
tado e as grandes organizações internacionais. Perspectiva‑se o conhecimento com uma
centralidade que lhe advém do seu crescimento e difusão à escala mundial.
A avaliação, na forma de regulação instrumental, intervém na construção da agenda e
da decisão política, podendo ser vista como processo político. O conhecimento, enquan‑
to instrumento de regulação, implica que se apure o tipo de conhecimento mobilizado
através dos instrumentos de regulação e a forma como se processa a sua recepção.
Consequentemente, importa fazer a genealogia desta nova política e analisar as mu‑
danças dos modos de regulação a partir do seu estudo, vendo os instrumentos como
produtos das decisões políticas e os referenciais como produtores dessas decisões.
Palavras‑chave:
Avaliação de professores, Conhecimento, Regulação, Instrumentos da acção pública.
Costa, Estela (2007). Contributos para uma análise cognitiva da política de avaliação de profes‑
sores. Sísifo. Revista de Ciências da Educação, 04, pp. 49‑58.
Consultado em [mês, ano] em http://sisifo.fpce.ul.
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A publicação, pelo XVI Governo Constitucional
Português da Lei nº10/2004, de 22 de Março, institui
o Sistema Integ